O luto na história da arte
Pode ser estranho pensar que o luto é um dos temas mais representados na história pelos artistas visuais. Talvez porque só a subjetividade da arte é capaz de explicar esse processo tão particular, que move tantas emoções e sentimentos complexos.
Ao longo do tempo, diversos artistas expressaram suas inquietações através de tintas, pincéis, grafite e telas, inspirando as pessoas a mergulharem em pensamentos profundos relacionados a um dos processos mais difíceis da vida. É como se a arte desse vazão ao que as palavras prendem, funcionando como uma ferramenta essencial para a jornada de elaboração do luto.
A seguir, veja como a arte pode auxiliar em processos delicados e conheça alguns exemplos da representação do luto na história da arte.
Por que desenhar o luto?
As emoções e sentimentos são parte central dos pensamentos e comportamentos que movimentam as pessoas. Através da arte, é possível expressar o que, muitas vezes, não conseguimos traduzir em palavras, na busca pela compreensão da existência humana em toda sua complexidade, e isso inclui processos difíceis como o luto.
“Colocar para fora” os sentimentos e emoções que o luto traz é uma parte importante deste processo de ressignificação da vida como um todo. Apesar da finitude da vida ser uma questão universal, cada experiência de luto é única e a arte proporciona uma manifestação visual para essas vivências.
É nesse sentido que surge a Arteterapia, uma prática terapêutica que une as áreas da Arte e da Psicologia para permitir que as pessoas conheçam melhor a si mesmas e, com isso, possam seguir em frente com mais qualidade de vida. Para saber mais sobre essa poderosa ferramenta de autoconhecimento, de elaboração dos sentimentos e de cura, acesse o eBook gratuito do Grupo Cortel “Arteterapia: deixe as emoções fluírem“.
Da arte renascentista ao pós-impressionismo
Separamos abaixo algumas obras para entender melhor como o luto tem sido representado ao longo da história da arte, em diferentes épocas e culturas.
“Lamentação (O Luto de Cristo)” é um afresco feito em 1305 pelo artista Giotto di Bondone na parte interior da Capela Scrovegni, na Itália. A imagem representa o luto em cada detalhe: dos anjos em prantos às figuras humanas em profunda dor. Giotto é considerado um dos precursores da pintura renascentista, em que a busca pela representação das emoções humanas era uma das principais características.
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“Lamentação (O Luto de Cristo)”, de Giotto di Bondone.
Alguns séculos mais tarde, o pintor russo Ivan Kramskoi também buscou expressar os sentimentos por meio de seus retratos realistas. A obra “Inconsolable Grief” (em português, “Luto Inconsolável”), de 1884, mostra a imagem de uma viúva vestida de preto, segurando um lenço na boca. A expressividade do quadro está toda no olhar da mulher, que se mostra perdida e desolada, focando em lugar nenhum.
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“Inconsolable Grief”, de Ivan Kramskoi.
Pouco tempo depois, o pós-impressionista Vincent Van Gogh retratou o luto no quadro “Sorrowing Old Man (At Eternity’s Gate)”, “Velho Triste (No Portal da Eternidade)”, na tradução para o português, de 1890. Como outras obras do artista, essa foi refeita por diversas vezes, baseada em uma série de retratos do veterano de guerra Adrianus Jacobus Zuyderland rascunhados por Van Gogh.
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“Sorrowing Old Man (At Eternity’s Gate)”, de Vincent Van Gogh.
Há muitos anos, a arte tem sido uma importante ferramenta para o ser humano compreender melhor suas alegrias e tristezas. Se você está precisando de ajuda para atravessar o seu luto, procure um profissional da Psicologia e conte com nosso Grupo de Apoio aos enlutados ELOS para conversar com outras pessoas que estão passando por um momento parecido com o seu.